O dia que nasce frio faz esquentar aquilo que todo mundo
pensa em ter um dia. Torço, no entanto, para que amanhã, ou melhor, quando de
noite me deitar esse frio seja guardado em baixo do cobertor, suprimido pela
pelúcia falsa que me cobre. Ousadia de escritor, acordar, fazer um chocolate
quente e sentar pra escrever assim, despretensiosamente. Mas nada melhor do que
levantar e tentar preencher com palavras o que apenas alguém poderia talvez
preencher. Talvez. Talvez.
Adele chora nas músicas e eu sendo um bom ouvido amigo a escutar enquanto
escrevo, estaria eu do lado de lá da caixinha ou ..enfim, do lado de cá mesmo,
pelos desamores que não tive. Ou tive?
Pela janela vejo alguns prédios ao longe sob um aguaceiro que parece escondê-los
sob uma nuvem branca. Estão lá no seu momento de chuva, de água, de solidão, de
pressão e enquanto essa água não vem pro lado de cá, posso pensar em ser feliz
como estamos, eu e meu prédio.
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