segunda-feira, 27 de maio de 2013

Talvez. Talvez.


    O dia que nasce frio faz esquentar aquilo que todo mundo pensa em ter um dia. Torço, no entanto, para que amanhã, ou melhor, quando de noite me deitar esse frio seja guardado em baixo do cobertor, suprimido pela pelúcia falsa que me cobre. Ousadia de escritor, acordar, fazer um chocolate quente e sentar pra escrever assim, despretensiosamente. Mas nada melhor do que levantar e tentar preencher com palavras o que apenas alguém poderia talvez preencher. Talvez. Talvez.
    Adele chora nas músicas e eu sendo um bom ouvido amigo a escutar enquanto escrevo, estaria eu do lado de lá da caixinha ou ..enfim, do lado de cá mesmo, pelos desamores que não tive. Ou tive?
    Pela janela vejo alguns prédios ao longe sob um aguaceiro que parece escondê-los sob uma nuvem branca. Estão lá no seu momento de chuva, de água, de solidão, de pressão e enquanto essa água não vem pro lado de cá, posso pensar em ser feliz como estamos, eu e meu prédio.

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