quinta-feira, 30 de junho de 2011

As Palavras


    A gente diz, ouve, escreve. Sem saber. Sabendo. Entendendo. Não dando a mínima. Caem como pedaços pesados, voam e se perdem sem darmos conta. Faz sentir, sente. Destrói, constrói alicerces e os derruba no mesmo instante. Faz falta, na audição, no coração. Faz falta nos olhos, falta na boca. Um monte de palavras que preciso e não saem de mim, não entram em mim, passam do meu lado, não me enxergam. Trazem complexos castelos que parecem seguros, mas que dentro são feitos de papel machê, me enganam, ou tentam ser algo pra mim. Tento driblá-las quando vem pontiagudas enroladas em algodão. Seguro, jogo no chão e passo por cima. Até quando, não sei. Me fazem feliz as que ainda não tenho pra mim. Devo dizer que quase modelo em massinha de modelar algumas, pelo menos o cheiro delas vai me lembrar a infância de um tempo bom, ou quem sabe o tempo bom de uma infância.

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