O título já resume bem o que
tenho pensado ultimamente sobre grupos pontuais de pessoas. Interessar-se em si
já me parece algo que já pede algo em retorno. No mínimo que haja interesse de
volta. Tudo o que se move pra frente parte do interesse. Da vontade.
Pelo que tenho notado esse
interesse atual das pessoas para com as outras tem sido um interesse próprio.
Em favor de si sempre. Um interesse narcisista. ‘Nada é bom o suficiente pra
mim’ muito menos ‘ninguém que me interessa tanto a ponto de me fazer
desinteressar por qualquer outrem’. É um
ciclo que criamos. Mundo fechado. Cara no celular. Festas com amigos. Pessoas
superficiais. Ninguém demonstra interesse a não ser que seja por algo que vá
lher dar algum prestígio pelo simples fato de interessar-se. Para alguns parece
fragilidade o ato de ter vontade, de querer aprofundar-se, de querer saber
mais. As pessoas têm muito a dizer e no mais fechado dos seus quartos buscam
ser interessantes, prova disto é a constante tentativa de parecerem felizes
(ninguém se interessa por quem vive triste) parecerem ricos (a busca por uma casta
mais alta) parecerem belos (dezenas de aplicativos que deixam a pele fosca como
um vidro embaçado e sem expressão como um bonequinho de plástico, daqueles
cor-de-rosa, que vendem o cento). Óbvio que ninguém quer parecer
desinteressante, mas há o risco de parecer frustrante para quem utiliza
mecanismos como estes.
Esse combo interesse-frustração
tem me acompanhado (vejo acontecer, sinto acontecer). O interesse ficou
limitado a seguir alguém no InstaGRAM (que mania que o povo tem de abreviar:
feice, insta, cel, zap.. né?). Sigo alguém e isso já é pra denotar interesse?
Em que? Pelo quê? (me pergunto sempre isso).
Qual a função do ‘like’? Dizer
que vi? Dizer que foi bacana ter visto? Minha dúvida é: quando alguém curte uma
foto minha ela tá curtindo o que na verdade? Fico curioso e me apego mais a um
comentário do que 100 likes numa foto. Tá aí. Meu interesse é saber o que as
pessoas andam pensando sobre o que os rodeia. Sobre a comunidade em que se
vive. Ainda sobre interesse, eu acho bacana, por exemplo, ver tendências de
moda masculina. Mas me diga de onde veio a tendência! Me diga porque ela
combina com nosso clima, me traga curiosidade, me traga conhecimento. Já está
tudo muito rápido e raso. Tudo muito baseado na quantidade. Tudo muito ‘sem
tempo’. Bora ser interessante?
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