segunda-feira, 18 de maio de 2015

Nem tudo precisa de uma sentença

    É bem fácil olhar pra algo e dizer: é bom. É ruim. Não gosto.
    Tirar conclusões sobre tudo talvez seja uma atividade cerebral que sirva para facilitar a nossa vida. Se consigo fazer a leitura de uma situação e ter uma conclusão imediata, logo posso ter poder de decisões tão rápidas quanto. Pois bem, mas tratando-se de pessoas, de gente que tem uma história, que já passou por inúmeros fatos na vida e nem sequer temos noção deles. Às vezes na rua fico olhando pra quem passa e imaginando que por trás daquele corre-corre existe uma história.

    Costumamos achar que nossa opinião é a que vale. É inevitável. A gente tenta negociar nossas ideias e pontos de vista. É automático e faz parte do processo de comunicação. A gente negocia mais do que se comunica. Ok. Mas o que quero pontuar é que quando concluímos algo sobre pessoas – gente com histórias, traumas, infelicidades e particularidades – e não nos importamos com o que está por trás. Ficamos no campo raso de uma foto de perfil nova, ou no que acontece nas redes digitais da vida e apenas damos a sentença. Muitas vezes cruel, diga-se de passagem.

    Pior do que concluir algo sobre alguém é externar com veemência nossa opinião a ponto de inserir um tom de verdade em nossas conclusões e sentir a necessidade de concluir algo sobre tudo.
    Nós não precisamos falar ou ter opinião sobre tudo. Ainda mais quando não temos base suficiente para rotular pessoas (eu disse pessoas, não coisas. Pessoas) com qualquer tipo de nomenclatura. Você já pensou o quanto suas palavras sobre alguém interferem no que elas pensam sobre elas e até sobre você? É, sobre você. Quando emitimos uma opinião sobre alguém ela tem o direito (e vai usá-lo imediatamente) de concluir algo sobre você também. E ela vai dizer: É, meu caro, voe realmente não sabe do que está falando. Você é alguém precipitado (mais uma conclusão).

    Pensar, concluir, rotular não é o caso. A gente até pode fazer isso mentalmente. Mas por que nos sentimos no direito de externar tais opiniões acompanhado sempre de : Ah.. mas é a minha opinião! – E?

    Ninguém é capaz de entender tudo o que se passa por trás de como o outro é ou como se tornou. Cada um constrói a vida que tem de acordo com o que o destino vem mandando. Não cabe a gente dizer que fulano ou fulana deve ser assim ou assada. Ela apenas é! Opção a sua de estar por perto ou não. Cada um lida com o que tem habilidade ou busca ter para então aprender a lidar. Ninguém é obrigado a ser o que a gente quer.

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