sábado, 21 de abril de 2012

Impressões do semi-árido

    Fomos cumprir nossa tarefa. Gravar uma matéria para o Futura, a pedido da Fundação Banco do Brasil. Em meio a trancos e barrancos saímos da universidade ‘a la’ Felipe Massa para chegar em tempo ao aeroporto. Voamos até Salvador e conhecemos pessoas maravilhosas e talentosas que lá estavam a nos esperar e então, curtirmos mais quatro horas de estrada, rumo ao nosso desafio. Chegamos, cansados. Comemos, muito bem por sinal, e fomos descansar depois de conversas ótimas, regadas a muitas gargalhadas na van. Não sabia como seria, nem quem encontraríamos por Ribeira do Amparo e Novo Triunfo. Acordamos cedo e saímos. Falarei por mim a partir de agora. Tudo muito seco. Casas de taipa. Chão, chão.. e ao longe: o nada - também muito seco. Pés de Caju sem cajus. E uma terra vermelha, que ao andar subia no ar entrando pelas narinas, que secas, sentiam o clima da região semi-árida [eu diria TOTALMENTE árida]. Me imaginei nascendo naquela região. Quais seriam minhas expectativas, hoje? Teria eu sido uma das crianças, que na escola lanchavam mel com farinha? Governador discursando, falando de seus feitos e seus planos. Pessoas gritando por água. Aquilo que é essencial à vida, lá não tinha. Digo, a água. Porque vida tinha, mesmo que dentro dos ramos, que por fora secos, ansiavam por uma gota d’água que despertasse o verde que ali estava. Dava pra ver a dor no rosto das pessoas, mas não a dor do momento, porque não havia, mas a dor do tempo, do Sol que castiga a pele e envelhece quem está na flor da idade. Sentimos o calor, não só do clima, mas das pessoas que nos receberam, tão felizes, por ver o progresso levado pela Fundação BB e que para uma câmera estavam solícitos em contar quão alegres estavam. Muito cansaço e sapato/calça/cabelos empoeirados, mas o que significa nada frente à luta travada diariamente por aquele povo, que como o fruto que os sustenta, são doces mas travam o paladar, quando se conhece o sofrimento com o qual convivem.

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