sábado, 29 de outubro de 2011
É bem bonito ver alguém tocar um violão e dizer: olha que coisa mais linda, mais cheia de graça... ou talvez: eu sei que vou te amar, por toda a minha vida eu vou te amar. Mas espera aí, não é assim que funcionam as coisas. Dizer a gente diz, escrever a gente escreve, cantar a gente até canta, desafinado, mas canta, com o propósito de dizer coisas bonitas - mesmo que saiam do estômago e sequer façam curva no coração. Apenas se diz. E não apenas diz. Fala. Evoca. Faz crer. Em palavras de estômago, que compram o que comer e quando satisfeitas, voltam elas, as palavras, pra onde vieram a fim de cumprir seu ritual digestivo e no fim dar em .. é, isso mesmo que você pensou. Queria mesmo a utopia daquele cantor apaixonado, que canta, e mesmo que tenha tido provas de que nada do que diz ocorreu, continua a versar e tentar convencer alguém de caminhos novos a trilhar. É isso, cordas de violão não são estáveis, por isso não devemos crer em suas notas, mesmo que de fato as queiramos. Te levam a nenhum lugar, apenas a ouvir e ver voltar, aquelas palavras de estômago que muito te fariam chorar. E que bom que não fizeram.
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