domingo, 1 de maio de 2011
Quisera eu
Fui alí, na fonte, encher meu vaso com água, que ao meu ver era limpa, cristalina, além de fresca pra matar a sede. Levei um cântaro, médio, porque grande seria muito pesado e a água com o tempo perderia seu frescor; não levei pequeno porque poderia faltar depois e ter de me desgastar novamente indo até o poço. Pus o vaso, de barro, meio frio, no chão e joguei o balde. Dava pra ver meu reflexo na água que era escura como carvão e quando o Narciso pensava em se aproximar da minha percepção logo o balde fazia ondas, barulho, me lembrando que tinha um vaso me esperando pra ser enchido no chão. Logo voltei a mim, e esperei que o balde se enchesse e então puxei, veio se batendo nas paredes do poço, derramando e chegou pela metade. É... Não é de primeira que se enche o vaso. Despejei a água, tornei a puxar água novamente, despejei no vaso de barro. Me dando por satisfeito, peguei o vaso e estava leve, não entendi, porque estava intacto. Quisera eu. Estava rachado, a água escorreu pelo chão. Não era mais água limpa. Não me servia mais. Voltei pra casa. Sem vaso. Sem água. Porque em vaso rachado nada pode ser estocado e água escorrida, não deve ser bebida.
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