quarta-feira, 16 de julho de 2008

O TEMPO



    Talvez ao ler o título do texto, logo a imagem de um relógio tenha aparecido em sua mente. Números, ponteiros, tic-tac’s. Mas nem sempre lembramos que, como palavras ditas, esses ponteiros não fazem o caminho inverso, correm sem que ninguém os consiga segurar, seria inútil tentar detê-los.

    Como um velho, sentado num banquinho na porta de sua casa, cabelos brancos, rosto cansado, esperando que tudo passe até a chegada do seu fim, o tempo nos observa e mais que isso, rege nossa vida sutilmente.

    Todos passamos por ele diariamente, não o cumprimentamos, nem damos devida atenção. Mas nos seus olhos cansados estão sendo registrados todos os nossos momentos. Ainda sim, não nos preocupamos com ele. Apenas o lembramos quando tentamos nos esquivar das conseqüências dos nossos erros entregando, ao tempo, o compromisso de amenizar e futuramente sarar todas as chagas que causamos a nós e aos outros, tentando nos convencer de que o “O tempo sara tudo”. Não acredito que sare, talvez ele apenas guarde em baixo do seu banquinho.

    Uma vez debaixo do banquinho, nossos sentimentos e problemas parecem olhar para nós sempre que passamos por aquele velho, eles estão escondidinhos, livres de derreterem na chuva, ou serem queimados pelo sol, antes fosse assim, mas parecem nos chamar e quando, incontrolavelmente vamos pegá-lo de volta, o velho diz: Não... Deixe ele aqui em baixo do meu banco!

    Como uma oportuna fala do nosso inconsciente, o tempo nos faz deixar tudo lá em baixo outra vez. É tão cômodo!

    E assim passam-se os dias e tudo o que sabemos fazer é culpar o velho coitado de tudo o que nos acontece, das rugas que nos aparecem, dos atrasos que cometemos. Por que temos a necessidade de por a culpa nele?

    E assim correm as horas, minutos, segundos, milésimos...não se esqueça dos milésimos, pois neste curto espaço de tempo nós, por costume, obtemos uma impressão de alguém, nem sempre genuína. Cuidado com o tempo. Se acostume com o tempo. Não deixe que ele faça dele seu escravo, pois vinte e quatro horas são o bastante, bastante pra sonhar e executar, pra errar e pra perdoar.

    Caso queira conviver bem com o velho, cuide dele, alise seus cabelos brancos, afague seu rosto marcado pelas tuas atitudes desmedidas, poupe-o de fazer o que você mesmo pode fazer, pois muita coisa ele não consegue resolver por causa da idade, afinal o tempo tem seu tempo, muito cuidado, para que não seja tarde demais e o velho tenha morrido pra você.


    P.S. : O tempo pode ser senhor de muita coisa em nossa vida, mas Deus é o Senhor do tempo.

    2 comentários:

    Tato Messias disse...

    Oh, o Tempo... concordo com muita coisa que você disse aí

    abraço irmão, continue nos abençoando com suas palavras!

    Adriana Siqueira disse...

    cara... muito massa seu texto.. mas coitado do meu velhinho, vai ter que trocar de banco..rs

    xero